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No Mês da Visibilidade trans, influencer relembra falas transfóbicas do BBB

No Mês da Visibilidade Trans, Suellen Carey, de 36 anos, influenciadora e atualmente moradora de Londres, usou suas redes sociais para expor episódios de transfobia que marcaram a história do Big Brother Brasil. Em um vídeo, Suellen trouxe à tona falas e comportamentos que, segundo ela, “precisam ser lembrados para que não sejam normalizados”.

Entre os casos citados, Suellen mencionou Rodrigo Mussi e Eslovênia Marques, ambos do BBB22, que erraram os pronomes ao se referirem a Linn da Quebrada, mulher trans que participou daquela edição. “Essas trocas não são apenas erros. Elas mostram o quanto ainda falta empatia e cuidado ao tratar de identidade de gênero. A Linn teve que ser paciente em um espaço onde deveria apenas ser ela mesma”, destacou Suellen.

Outro episódio lembrado foi o de Nego Di, que após o reality fez piadas transfóbicas em um stand-up sobre Linn. “Isso não é humor, é preconceito. As palavras dele só reforçam o desrespeito e a violência que as pessoas trans enfrentam diariamente”, afirmou.

Suellen também aproveitou o vídeo para homenagear Ariadna Arantes, primeira mulher trans a participar do BBB, em 2011. “A Ariadna foi a pioneira, mas o jeito como ela foi tratada ainda dói. Ela saiu na primeira semana porque muitos não entenderam sua história, e o programa não deu o suporte necessário. Era para ter sido um marco, mas acabou deixando muito a desejar.”

Suellen lamentou o fato de, mesmo após tantos debates e avanços, nenhuma pessoa trans estar no elenco do BBB25. “É frustrante. A representatividade importa, e não ter nenhum participante trans nesta edição é uma escolha que deixa claro o quanto ainda precisamos cobrar mais inclusão. O programa tem um alcance gigantesco, e é uma pena ver essa oportunidade desperdiçada.”

Ela também destacou que, apesar das falas transfóbicas de alguns participantes, ninguém foi penalizado ou responsabilizado pelas atitudes. “É alarmante que, mesmo com atitudes tão prejudiciais, essas pessoas não enfrentam consequências diretas. Isso é um reflexo claro de como a sociedade ainda lida com a questão da educação e no respeito à diversidade.”

Ao finalizar, Suellen deixou uma mensagem importante: “O BBB é um reflexo da sociedade, mas também pode ser um agente de mudança. É hora de repensar, de educar e de tratar o respeito como o mínimo, porque é isso que as pessoas trans merecem: o básico.”

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