Primeiro filme original Globoplay, 'Ainda Estou Aqui' é selecionado para representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2025
Fotos: Alile Dara Onawale
A Academia Brasileira de Cinema anunciou na segunda-feira, dia 23 de setembro, o longa-metragem que vai representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional na 97ª Premiação Anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences – Oscar®️ 2025. “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi escolhido por unanimidade pela Comissão de Seleção.
O longa-metragem disputou com outras 11 produções, inscritas e habilitadas a concorrer à vaga e, na semana passada, passou para o segundo turno com outros cinco títulos: “Cidade Campo”, de Juliana Rojas; “Levante”, de Lillah Halla; “Motel Destino”, de Karim Aïnouz; “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges; e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião.
“Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”, disse Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção.
Exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián, selecionado para o Festival de Nova York, e vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, “Ainda Estou Aqui” conta com Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello no elenco principal. O filme é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, e tem roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega. Produzido pela Videofilmes, RT Features e Mact Productions, o longa é o primeiro filme original Globoplay, em coprodução com ARTE France e Conspiração. A distribuição nos cinemas brasileiros será realizada pela Sony Pictures.
A Comissão de Seleção deste ano é formada por: Alfredo Alves, Allan Deberton, Alzyr Brasileiro, André Pellenz, Bárbara Paz (presidente), Bernardo Uzeda, Bia Oliveira, Carol Bentes, Cintia Domit Bittar, Diogo Dahl, Edson Ferreira, Eloisa Lopez Gomes, Gabriel Mellin, Gal Buitoni, Gláucia Camargos, Ivelise Ferreira, Joaquim Haickel, Lô Politi, Lucy Barreto, Malu Miranda, Mónica Trigo, Renata Martins, Sandra Kogut e Yasmin Martins Mendes.
Nesta próxima terça-feira, 4 de abril, às 11 horas, o Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo, inaugurará o estúdio do curso de Cinema com o nome do cineasta e padrinho do curso de graduação, lançado em 2022. Os Estúdios de Cinema (Ilhas de edição, Stop-Motion, Camarins, Salas de Maquiagem, Guarda-roupa e Acervo) “Cineasta Cacá Diegues” estão localizados na denominada Unidade 5, na Rua Dr. Álvaro Alvim, 90, na Vila Mariana.
Prestes a completar 83 anos, em 19 de maio, Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió (AL) e possui relevância ímpar para a história do cinema brasileiro. Além de ser o único diretor vivo da fase inaugural do denominado Cinema Novo, o movimento cinematográfico brasileiro de maior reconhecimento internacional, ele possui em sua cinematografia grandes clássicos como “Ganga Zumba”, “Quando o Carnaval Chegar”, “Joanna Francesa”, “Xica da Silva”, “Chuvas de Verão”, “Dias Melhores Virão”, “Bye Bye Brasil”, “Tieta do Agreste”, “Deus é Brasileiro” e “O Grande Circo Místico”.
O cineasta está próximo de lançar seu vigésimo filme, “Deus Ainda é Brasileiro”, rodado no final do ano passado e no início de 2023, e possui uma relação muito próxima com o curso de Cinema do Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo, tendo dado uma aula magna no primeiro dia do curso, como padrinho do mesmo, e na primeira aula do segundo semestre, quando serviu de fonte de inspiração para os alunos realizarem os principais trabalhos práticos do semestre, denominados Projeto Integrador Multidisciplinar (PIM).